Já vou atrasado, mas ontem não deu para publicar isto, por
isso tenho de o fazer agora.
Na segunda-feira passada, que só por acaso foi há dois dias
atrás, tinha acabado de sair do pavilhão onde treino andebol e deparei-me com
um silêncio e uma escuridão demasiados assustadores. Bem, não que me tenha
burrado todo naquele preciso momento, mas ninguém estava lá fora, por isso
qualquer som que passasse pelos meus ouvidos, ou vinham dos meus pés a bater no
chão (e mesmo assim era um som fraquinho, e se o ouvi muito bem, devem imaginar
como estava um belo de um silêncio), ou vinha de dentro do pavilhão, onde os
meus colegas faziam o obséquio de falar extremamente alto de vez enquanto.
Como se isso não bastasse, era noite de Lua Nova, por isso
não havia qualquer tipo de luz natural que me ajudasse a ver onde pisava, se
bem que uns segundos depois habituamo-nos razoavelmente bem ao escuro a fim de
não cairmos em nenhum buraco.
Agora, porque é que raio estou a falar disto? Pessoal, muito
provavelmente já devem ter visto montes de filmes em que uma pessoa
(normalmente a personagem principal) se perde em alguma floresta, ou acaba numa
ilha deserta, ou até mesmo foge de zombies ou até mesmo de outras pessoas.
Agora, o que liga esses filmes todos, para além de terem muita ficção
científica (uma boa dose deles) e de grandes momentos de sobrevivência, também
têm (ou costumam ter) momentos de pleno silêncio, em que qualquer som parece um
perigo desconhecido e em que as pessoas não fazem a mínima para que lado se ao
de virar!
Agora, a pergunta é; já pensaram se fossem vocês?
Coisas deste nível não têm por habito encher-me muito a
cabeça, mas naquela noite, estava tudo terrivelmente calmo e as sombras de tal
maneira acentuadas que a única coisa que me veio à cabeça era que se alguém me
quisesse fazer mal eu teria poucas opções para lhe fazer frente… a não ser que
ele estivesse perdido e pensasse que eu é que lhe queria fazer mal.
Bom, com isto, comecei a imaginar-me no cenário mais comum:
perdido numa floresta, de noite, com visibilidade fraca.
No puro silêncio da noite, o simples andar de uma pessoa
torna-se um som demasiado alto, principalmente se receias o que possa saltar da
próxima sombra que encontres! Para além disso, queres ter a certeza de ouvir o
teu “inimigo” primeiro do que ele a ti, pois assim saberás que estás em
vantagem, mas antes que o consigas ouvir com clareza, o teu próprio andar vai
irritar-te muito, e pensei que isso ia ser muito complicado, principalmente a
nível mental!
Eu sou uma pessoa muito desconfiada, principalmente quando
levo coisas de valor comigo (mas isso parece-me uma óbvia razão), por isso duvido
que fosse ser uma pessoa fácil de lidar se por algum motivo tivesse de andar
sozinho por aí a tentar sobreviver de todas as maneiras possíveis. Apesar de
nos filmes ser tudo bonito e aponta-se uma arma e começam todos a berrar “LARGA!!
QUIETO!!!”, o Paintball mostrou-me
que quando se diz isto o mais provável é levares com uma bola na cabeça, por
isso, se na brincadeira a coisa já é assim, duvido que numa situação de ainda
maior tensão (porque pode não parecer, mas eu sinto-me cheio de adrenalina
quando jogo Paintball, ao ponto de
pode-lo comparar ao que sentimos quando estamos em stress, mas agora juntem o
facto de poderem morrer… Acho que deixava alguém fora de si!) a coisa ainda seja
pior. Premir o gatilho por reflexo é mais fácil do que parece.
Resumindo, ou me tornava num antissocial que desconfiava de
qualquer um e andava por aí com receio de tudo o que me saltasse ao virar da
esquina, ou arriscava-me a levar com alguma coisa no meio dos olhos…
Sinceramente, pessoas como eu, que não estão minimamente
preparadas para empunhar uma arma de fogo, provavelmente iam aparecer aos
magotes se chegássemos ao fim da era civilizada…
Agora, isto não veio só na Segunda… Há um bom tempo que penso que o avanço da
civilização é a autodestruição, por isso sempre imaginei todos os tipos de
cenário que isso poderia levar, desde uma guerra nuclear até ao simples colapso
das cidades devido à falta de alimentos. Calculo que a partir daí as pessoas,
juntamente com a fome e o desespero, entrariam em atos loucos e miniguerras por
todo o mundo seriam visíveis, e se já fico como fico no Paintball, nem quero imaginar com uma arma de fogo na mão…
Sim, não devia pensar nestas coisas, principalmente se nem
tenho a certeza de que vai acontecer ou não, mas pensem comigo, porque na
realidade estou a ser tanto como um animal, como um humano.
Como animal que abandonou demasiados instintos ao ponto de
não poder confiar nos que sobraram, usa a minha racionalidade para prever um
possível colapso da civilização moderna. Como humano, e isso todos fazemos
muito bem, preocupo-me com o meu futuro de maneiras um “pouco” exageradas ;)
Agora, o que me leva a pensar nisto: segundo algumas
previsões, a água potável vai começar a ser cada vez mais escassa, e tendo em
conta o nosso crescimento exponencial, isso só tende a piorar, para não falar
que a massa da Terra ainda não se alterou, por isso se até agora existem muitos
mais humanos, e prevê-se que muitos mais vão nascer, é porque outro tipo de
matéria está a escassear na Terra, até ao ponto em que nos tornaremos mais do
que o nosso alimento. Aí, é que a coisa vai ficar feia!
Como se ainda não bastasse, existem muitas pessoas loucas
por aí com poder suficiente para fazerem loucuras ainda maiores do que terem
nascido! Por causa delas pode acontecer outra Guerra Mundial, mas está não se
ficará por mandar pessoas e carros blindados para a frente de batalha. Hoje
temos as famosas bombas de hidrogénio, ou mais conhecidas como bombas
nucleares, que conseguem ser disparadas do conforto do nosso sofá <.<
A minha teoria: viver numa ilha provavelmente diminuirá o
risco de sermos atingidos pela onda de choque da queda da bomba e até mesmo da
própria explosão, se bem que da radioatividade vai ser quase impossível
escapar, mas quem sabe se não ganhamos algum mutação vantajosa e viramos o
homem-chamas!?
Como podem ver já pensei em algumas coisas, mas posso
afirmar com toda a certeza que não seriam o suficiente para me manter a salvo
se realmente fosse necessário fugir daqui, mas talvez isso queira dizer que não
estou assim tão preocupado com isso e que tenho alguma fê que isto não passa de
uma pequena preocupação que decidi arranjar para me ocupar um pouco a cabeça.
Quem sabe…
Sinceramente, como um ser humano nem totalmente citadino,
nem totalmente campónio, penso que tornamo-nos demasiado mansos… O domínio e
organização de grandes massas de pessoas só foi possível quando nos libertamos
dos nossos atos mais violentos e selvagens, e isso tornou-nos moles… Se por
algum motivo acontecer realmente aquilo que falei em cima, muita gente não vai
ter capacidades mentais nem físicas para se aguentar pelo menos um ano sem
ajuda externa… E eu tenho um palpite que acabaria por ser uma dessas pessoas, a
não ser que por necessidades maiores acabasse por ferir ou até mesmo matar
alguém ou algum animal a fim de manter-me com vida! Talvez com um acontecimento
“choque” como esse eu me tornaria alguém diferente e com menores probabilidades
de “quebrar” mentalmente.
Resumindo, em situações de maior tensão não iria paralisar,
por exemplo.
Nem sei, este tópico nem faz grande sentido na minha cabeça…
Era como acabasse por me fazer pensar que não acho bem termos levado a espécie
humana a este estilo de vida, porque parece-me a todos os níveis mais fraco.
Sinceramente também não queria guerras, mas começo a ver que este estilo pode
ser a nossa ruína, de uma maneira mais avassaladora do que se continuássemos a
viver de uma maneira menos “civilizada”.
Hum, penso que ainda não expliquei o que é que seria o nosso
“ideal estilo de vida”, se é que lhe posso chamar assim…
Eu já pensei levar um tipo de vida em que tivesse de caçar e
cultivar os meus alimentos, e que para tal teria de aprender a disparar uma
espingarda ou até mesmo uma besta ou arco e flecha. Concluindo, uma vida onde
me sentisse mais vivo e mais real…
Eu compreendo que a realidade somos nós que a criamos, e
cada pessoa tem a sua, mas esta em que vivo parece-me demasiado artificial…
Mesmo assim, é onde todos os meus amigos vivem, e por isso abandona-la seria o
mesmo que abdicar de tudo o que me torna humano, e apesar de muita coisa
irritar-me, também adoro esta oportunidade de poder viver como humano e sentir
tantos sentimentos diferentes que enchem-me a vida com um grande sorriso.
Aliás, também duvido que alguém me seguiria para o “estilo
de vida ideal”, por isso :)
Mas não sou infeliz, nem lá perto, e até posso afirmar que
sou bastante feliz, mas falta-me alguma coisa que me faça sentir vivo, e por
vezes parece que consigo descobrir o que é, mas só poderei ter certezas quando
as colocar em prática e ver, por experiência própria se valeu a pena ou não.
Sinceramente… onde é que esta “nota” começou? xD
Já não me lembrava de escrever tanto assim há muito tempo!
1500 palavras? Jesus!
Agora, é aquele momento em que me despeço e peço imensas
desculpas se por algum motivo não fizer muito sentido o que escrevi, mas à
medida que vou pensando, uma coisa leva à outra e no final já me desviei um
bocado do tema principal, mas penso que neste caso está tudo interligado de
alguma maneira, o que manterá alguma lógica nestas palavras!
Por agora é tudo e prometo voltar aqui no final do meu
treino. Se bem que devia ter feito um pouco de musculação, mas o calor faz-me
perder toda a vontade ;x
FUI!!
Blady, continuas esquisito como sempre ;)
<3
P.S.: Yap, a minha cabeça está numa Era apocalíptica, mas já esteve bem pior! Se não me engano, houve uma bonita altura em que devia estar perto dos pensamentos dos Zombies, só que ainda tinha total controlo do meu corpo. Do mão o menos O.o
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