Estudar e ter de lidar com isto não é fácil... O sentimento de querer partilhar (como se fosse uma grande coisa que todos deviam saber, não desvalorizando o sentimento em si, porque é sempre chato) choca com a ideia de ser forte, e o sentimento de solidão também, apesar de nunca na realidade estar sozinho.
Eu escrevo como se fosse o único que está a passar por isto, mas não tem nada a ver. Muitos tiveram pior, outros melhor e outros ainda vão sentir (não que lhes esteja a desejar tal coisa). É a vida, não importa quantos erros cometas, tudo se resolve.
Para além do ciúme, o pior é relembrar o passado, mas acho que já disse isso.
Ah, esqueci-me de continuar o que estava a dizer!
Isto não é para dizer que estou muito mal e tenham pena de mim. nop.
A verdade é que poucos lêm estas palavras e se por algum motivo sentirem alguma relação, tanto podem servir para aprenderem alguma coisa, como simplesmente pensarem mal do que escrevi (ou de mim). Seja como for pode ajudar, mas isso é só um bónus, porque estas palavras são a minha terapia.
Isto é a minha medicação.
Sempre que escrevi as pessoas diziam que estava muito bom, e eu depois lia e encontrava sempre problemas, mas era um bom incentivo.
As palavras que escrevia sempre eram mais bonitas e controladas que as que dizia.
Expressar-me verbalmente sempre foi horrível para mim, e quando comecei a escrever foi incrível, porque nada acontecia fora do teu controlo. Como agora (não é 100% verdade porque o telemóvel de volta e meia acrescenta letras as palavras que escrevo... E sempre que vou apagar o erro... acrescenta mais... -.-)
Ao longo da minha vida ouvi muita música que transmitia mensagens fortes ou tinha porções que encaixavam demasiado bem na minha vida... e isso era reconfortante... pois apesar de ser exponencialmente melhor desabafar com um amigo, no final do dia eles nem sempre podiam compreender a 100%... e por causa disso não podiam ajudar-te... mais.
Eu não sei como cheguei a este ponto.
Dizem que fiquei mais maduro, mas continuo-me a sentir burro... Como é que posso ter tanta incerteza?... Como posso guardar sentimentos tão fortes durante anos sem nunca me aperceber?... Como posso estar sempre a cometer o mesmo erro?...
Não tenho uma explicação para isto...
A raiva é grande, mas se me olhar para o espelho percebo logo que não há lugar por onde possa sair...
Este rapper, NF (Nathan Feuerstein), escreveu músicas só por si só fortes, mas a maneira como ele as canta... é incrível.
A música é a terapia dele, e ele usa-a para inspirar outros, mas isso trás consequências, boas e más...
Linkin Park, com este último álbum, que apanhou-nos de surpresa, mostrou mais tristeza na frustração que as músicas mostravam, e segundo muitos foi a despedida do vocalista, Chester Bennington, pois pouco tempo depois optou por cometer suicídio...
Estes dois cantores têm andado à volta da minha cabeça pois muitas palavras resumem bem determinados momentos da minha vida.
No NF sinto a raiva de ser assim... uma raiva exaustante do que me acontece e cada palavra projeta essa raiva como balas, mas no final da música fica uma agonia residual... um cansaço asfixiante que parece motivar-me a desistir... mas isso promove mais raiva, e mais batalhas, e mais cansaço e andamos neste ciclo até, um dia, as palavras não chegarem ou já não haver mais nada para dizer...
Com os Linkin Park eu senti calma, e algum.conforto... em desistir. Uma espécie de conclusão pela metade, mas suficientemente satisfatória para deixar as coisas como estão e parar de lutar... parar de evoluir... parar tudo.
É um desistir que não concordo, mas as palavras são tão calmas... tão sinceras... que é impossível não aceitar que realmente chega. É uma aceitação de algo que está mais que errado... e isso é incrível, porque sinto que nunca encontrei algo parecido...
Apesar de serem palavras bonitas, que transmitem emoções diferentes, eu senti que encaixavam bem.
Ambas, à sua maneira, deram-me algum conforto em ser assim... Porque pela primeira vez ouvi exatamente o que senti... aquilo que nunca fui capaz de dizer a ninguém (não foi por falta de tentativas)... e aquilo que nunca tinha ouvido.
Mas no final, isto é um conforto ilusório... um conforto só meu e não partilhado com mais ninguém... e isso é chato à sua maneira.
...
Fazer terapia a mim mesmo é... chato...
A palavra desistir é aliciante nestes momentos:
- desiste da frequência/ do curso
- desiste de fazer exercício físico e ficar maia forte
- desiste das pessoas
- desiste de escrever
- desiste de ti...
...
Muito aliciante, mas eu tenho medo, e apesar de odiar o meu medo, é ele que me impede de desistir, porque lá no fundo eu sei que se eu parar, quem está à minha volta vai continuar e eu vou ser deixado para trás... e não desister em determinadas coisas acaba por me fazer mexer e não desistir das outras... mas torna-se sufocante.
...
Seja como for, tenho uma ideia para uma história, onde vou tentar projetar estes sentimentos. Isso e tenho de estudar e ir ter com a minha avó. São tempos complicados para os dois, e não menosprezando o que sinto, mas porra se não é uma "cocozisse" em comparação ao que ela está a passar!...
Por isso vou-me por agora, e deixo algumas músicas.
Não são a coisa mais animada, mas eu também não o sou por agora :p
Start Over - Flame, ft. NF
Paralyzed - NF
Intro 3 - NF
Why - NF
Nobody can save me - Linkin Park
Sorry for now - Linkin Park
Halfway right - Linkin Park
Done!
Pensei que não ia ficar tão grande... ups.
Fui!
Já foi pior Blady... :)
(ainda não consigo ser totalmente imparcial...)
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